domingo, 6 de setembro de 2015

Os Setes Hábitos para Infelicidade - A Hiper-Reflexão 3/7

"Ninguém mais é amigo de ninguém".
"Todos os políticos são corrutos"
"O povo daqui é ruim."
O hábito para a infelicidade da hiper-reflexão torna a pessoas escravas de seu ego (consciência). Tornando-as muito observadoras de si mesmas, e perdendo a espontaneidade.
Esta excessiva atenção voltada para o eu (consciência) suscita espasmos de mal-estar generalizado.
Afinal, um pouco de ignorância, de não saber, é vital para a felicidade.
O excesso de reflexão-  a hiper-reflexão[*],  tem como uma das principais manifestações as profecias auto-realizadoras, por exemplo: "Não dou certo em relacionamentos." "Sei que vou travar na entrevista". "Todo chefe me persegue".
Além de ser expresso nas profecias auto-realizadoras, o hábito da hiper-reflexão também se faz presente em pessoas com uma overdose de certezas racionais sobre ela mesma, os outros e a vida - verdadeiros dogmas imutáveis, quase místicos.
Isto dificulta a abertura da pessoa a novas experiências, culturas e aprendizados.
A aura pseudo-intelectual de inteligência não-emocional vai tingindo a vida com tons fúnebres, pesados, sem espaço para o homo-demens e ludens: homem que fantasia e que brinca.
De tanto crerem que as coisas são assim mesmo, elas acabam moldando-se à sua percepção - como quem a lhes dar razão.
O hiper-reflexivo fica com a percepção seletiva, pronta a lhe dá razão, no elementos que filtra da realidade, vista como um bloco monolítico.
Não há espaços para nuances, para degradês.
Tudo é, ou não é.
A hiper-reflexão perde-se em si mesma, não havendo espaço para o irradiar de novas possibilidades que cada situação carrega em si.
De tanto dizer que ninguém presta, que não confia em ninguém, a realidade se moldará a essa crença.
Ninguém irá prestar mesmo.
Na hiper-reflexão, somos sempre vítimas. Nunca temos culpa ou responsabilidade. Depositamos no outro, na vida, nas circunstâncias a nossa felicidade, e passamos o dia a refletir sobre limites, escassez, riscos e falhas.
Um outro tipo de hábito, da mesma etiologia, é o de passar o dia hiper-refletindo sobre doenças físicas ou emocionais. Os sobre as coisas que não deram certo. É um hábito parecido com a ruminação, contudo mais abrangente. Não poupando nada a esse motor do pensamento. Técnicas de relaxamento, de meditação, podem ajudar. Caminhar, focar objetivamente noutras coisas, usando a própria razão para combater o excesso de razão é um caminho.
Perceber as exceções contidas na mesma realidade, será um bom antídoto à doença do excesso de reflexão. No limite, cultivar valores emocionais: a espiritualidade, a empatia, a compaixão, as artes, a o respeito à diversidade, a humildade, o brincar, o lazer, e um pouco de loucura santa de todo tipo de amor - que valha a pena.
Só a inteligência emocional (IE) conseguirá desligar o motor do pensamento auto-centrado, do ego inflado, do turbilhão de pensamentos sobre tudo e todos. Ela, a IE, com suas competências da capacidade de criar vínculos sociais, da esperança, do otimismo, da empatia, de se relacionar, de se auto-conhecer e do humor poderá resgatar em nós aquela criança que um dia soube fantasiar e brincar com a existência, sobrevivendo - não sem arranhões, às intempéries da vida.
Livre da hiper-reflexão, abriremos espaço para uma nova estética do pensar, um pensar liberto de doutrinações, conceitos petrificados e as prisões imaginárias da razão.
Diminua a hiper-reflexão, contrabalançando-a com a inteligência emocional.
Nota Explicativa: Reflexo vem do Latim RE: outra vez, novamente + FLEXUS, “dobrado, fletido”, do verbo FLECTERE, “dobrar”.
“Reflexão”, no processo mental, acontece quando nos voltamos ou “dobramos” nosso pensamentos para um assunto. HIPER, significa algo em excesso, designado para ampliar o termo "super".

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