terça-feira, 26 de setembro de 2017

Amplie a consciência.

Outro dia estava dirigindo à noite, o trânsito estava bem calmo, e rodava por uma área sem iluminação pública no acostamento. Então, pude contemplar as estrelas e o breu da noite que deitava sobre montanhas e prados.
Ai percebi uma característica que não existia nos faróis da década de 80.  Eles foram sendo aprimorados, no sentido de protegerem com sua iluminação as pessoas que estão nas áreas à direita do veículo, tanto nos acostamentos, como nos terrenos que a margeiam.
Antigamente , o bacana era projetar a luz bem à frente, sem preocupações com a iluminação do aceiro. Agora, um das lanternas é programada, num ângulo de 45 graus, para iluminar a margem direita. Veja o efeito dessa luz na foto acima que fiz.

Essa característica de perceber o que fica na margem de nosso itinerário profissional, e até de vida, é vital para nosso crescimento.

Têm um monte de coisas que estão no acostamento e no terreno que margeia nossa vida.  São placas de advertências, são comunicações de locais bacanas que podemos acessar, entrando por ali, são pessoas comercializando coisas legais, são pedestres e ciclistas que precisam de nossos cuidado.  São ipês floridos, são campos arados e prontos para receber as sementes.

Quanta coisa temos, nas margens de nosso viver, que pela ansiedade, preocupação e agitação interior, nessa busca frenética pelo existir, não mais percebemos.  Como se nossos faróis fossem antigos, que só focassem no que está à frente. E perdêssemos a capacidade de olhar para as beiradas de nossa vida profissional e pessoal, onde muitas coisas legais possam estar esperando por nós, para serem oportunizadas, em mil alternativas de outras possibilidades de ser e acontecer.

A agitação que o estresse provoca faz-nos fechar o foco de nossos faróis, tirando dele a capacidade de iluminar os extremos, priorizando o facho de nossa luz interior apenas no que está nos causando preocupação, nervosismos e ansiedade.

E, paulatinamente, vamos passando por tanta coisa legal, em nossa jornada da vida, sem vê-las, por não termos nos permitido iluminá-las com esse novo olhar, mais abrangente, holístico e integrado de nós mesmos, dos outros e da realidade.

E a vida vai passando,  por essa estrada, sem termos cuidado com placas de advertências que nos ensinarão como proceder com segurança, ou com as pessoas que margeiam nosso viver, correndo o risco de atropelá-las, com nosso existir sem cuidados para com eles, sem admiração e respeito.
Ou ainda, perdemos a capacidade de buscar fontes de prazer em outros locais, além daquele destino a que nos destinamos, em nossa peregrina jornada.

Locais que estavam ali, pertinhos, mas que não vimos, por estarmos cegos, em nossa luta pela sobrevivência. 

Precisamos com urgência regular melhor nossos faróis existenciais.  Ampliando expandindo a consciência e construindo novas possibilidades de ser, fazer e acontecer, muitas ali pertinho, na beira da estrada de nosso viver. 

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